As transições fazem parte da vida de todos nós. Quando é sobre os nossos filhos, sempre queremos ajudá-los a atravessar esses momentos da melhor forma. Afinal, que pai ou mãe nunca se perguntou sobre como ajudar as crianças a lidarem com as emoções nesses momentos tão peculiares – seja na transição do “antigo” para o “novo normal”, retirada de bico, retirada de fraldas, morte, chegada de um novo irmão e outras mudanças.
TIPOS DE TRANSIÇÕES
Podemos definir momentos de transição como aqueles períodos em que a criança vive alguma mudança, seja em sua rotina, ambiente ou de hábito (quando precisa mudar algum comportamento, deixar de ter algum suporte ou adquirir uma nova habilidade).
Os momentos de transição podem ser classificados assim:
- Maiores: nascimento de irmão , mudança de casa, cidade e/ou escola;
- Menores: transições entre atividades no dia-a-dia;
- Outras transições como retirada de chupetas, mamadeiras e fraldas; mudança do berço para cama ou de quarto não são classificadas como maiores ou menores, mas podem ser significativas dependendo de como a criança vive essa transição.
SE COLOQUE NO LUGAR DA CRIANÇA
Imagine que você está se preparando para uma viagem dos sonhos: meses planejando todos os detalhes e juntando dinheiro, mas, de repente, por algum motivo, essa viagem não poderá mais ocorrer. Imagine que você está acostumado com um carro na garagem e de repente esse carro é roubado. Quais são as suas sensações e reações diante dessas situações? Antes de tudo precisamos falar das emoções dos adultos.
Se para um adulto lidar com mudanças e emoções não é fácil, imagine para uma criança. Antes de tudo precisamos entender melhor os nossos sentimentos e, assim, ajudar as crianças a lidarem com os sentimentos delas. Quando uma criança encara uma transição como algo negativo, isso pode gerar estresse, ansiedade, medo e insegurança.
ATENÇÃO E CUIDADOS
Os cuidados ajudam a criança a se preparar e se adaptar ao que está por vir. Assim contribuem para que ela se sinta melhor, diminuindo também comportamentos difíceis e reativos.
Os momentos de transição para as crianças são gatilhos para momentos de choros e birras, uma vez que geram insegurança. Lembre-se que as vivências na infância e adolescência influenciam nossos comportamentos ao longo da vida. Por isso a importância de nos atentarmos a como nossos filhos estão vivenciando suas experiências.
Momentos de transição, quando bem conduzidos, podem estimular a autonomia e autoestima das crianças. Se não forem bem acolhidos podem gerar consequências na saúde mental das crianças.
O estresse, por sua vez, aumenta os níveis de cortisol e pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro da criança, afetando sua capacidade de relacionamento, aprendizado, memória e podendo torná-la mais agressiva. Já incentivar a criança a ter uma postura resiliente a ajuda a enfrentar situações difíceis, por isso, é importante manter a conexão e encorajá-la. Encorajar não é passar a mão na cabeça e sim mostrar que a criança é capaz.
Estratégias para tornar o momento de transição menos traumático:
- Conheça os eventos estressantes para a criança e prepare-a;
- Planeje;
- Ajude-a a identificar as emoções e a nomeá-las;
- Converse bastante e mantenha a abertura para ouvir;
- Atenção ao comportamento e desenvolvimento da criança;
- Mantenha lembretes visuais e quadros de rotina por perto;
- Siga rotinas;
- Mostre fotos da nova cidade e escola (se for o caso);
- Adapte sua intervenção de acordo com o momento;
- Evite várias transições ao mesmo tempo.
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Este texto foi elaborado em parceria com a Dra. Natália Silva Champs, pediatra, Mestre em Saúde da Criança, PhD em Saúde da Mulher.