Aleitamento materno: alimenta e empodera!

Você sabe qual o principal medo relatado pela maioria das novas mães que eu recebo em meu consultório? O de não ser capaz de realizar o aleitamento materno. Os principais fatores responsáveis por essa e outras inseguranças: a falta de apoio. Do marido, dos familiares, dos amigos próximos, do trabalho.

Essa discussão é tema central da Semana Mundial do Aleitamento Materno 2019, que aconteceu entre 1 e 7 de agosto, que tem o slogan: “Empoderar mães e pais, favorecer a amamentação. Hoje e para o futuro”.

Uma mãe segura e empoderada tem seu vínculo com a criança cada vez mais fortalecido, resultando em um crescimento saudável.

O leite materno é recomendado até os dois anos de idade, sendo alimentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida da criança. No entanto, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que no Brasil apenas 40% das crianças têm amamentação exclusiva nesse período.

Como a pediatra pode participar desse empoderamento da mãe para o melhor aleitamento? Orientando, informando, ouvindo e respeitando.

Que tal começarmos por aqui?

Por que o aleitamento materno é importante para o bebê?

O leite da mãe fortalece o sistema imunológico do bebê, levando ao seu organismo anticorpos contra diversos agentes infecciosos.

Com o sistema imunológico fortalecido, a criança tem menor tendência a apresentar infecções e caso, adoeça, sua recuperação é mais rápido, devido à ação dos anticorpos.

  • o leite materno é composto proteínas, fatores de crescimento, ácidos graxos poli-insaturados, vitaminas A, E, C, eletrólitos;
  • diminui a incidência de câncer, bronquite asmática, desnutrição e eczemas;
  • fortalece a musculatura facial e bucal;
  • permite a oclusão dentária correta, contribuindo para uma boa mastigação, respiração, fonoarticulação e deglutição. A criança fica longe do risco de problemas de respiração nasal e de infecções no ouvido;
  • melhora o desenvolvimento da cavidade bucal;
  • diminui o risco de alergias alimentares, principalmente, a alergia ao leite de vaca;
  • a longo prazo, diminui o risco de obesidade, asma, diabetes, dermatite atópica, doença celíaca., hipertensão e colesterol alto;
  • contribui para o desenvolvimento neurológico da criança;
  • estimula a troca de carinho reciproca entre a mãe e o bebe, estreitando e fortalecendo cada vez mais o vinculo Mãe e filho;
  • auxilia na transição da vida intra-extra uterina;
  • faz com que a criança se sinta segura e protegida.

E para a mãe: quais são os benefícios da amamentação?

  • Amamentar estimula a liberação de hormônios que permitem a contração do útero, fazendo o órgão voltar ao seu tamanho normal corretamente e mais rápido;
  • reduz o risco de sangramento no pós-parto;
  • favorece a perda de peso da mãe;
  • reprime o risco de câncer de ovário, endométrio e mama;
  • influencia a auto estima da mãe, afastando também o risco de depressão pós parto;

Mitos e medos do aleitamento materno

É aí que entra o empoderamento de todos ao redor da mãe e do bebê! Nas consultas que realizo, percebo diversos tabus sobre o aleitamento, ainda ligados à insegurança e falta de informação. A pega adequada, duração, frequência, intervalo, horários. Qual mama dar primeiro? Preciso acordar o bebê acordar à noite para amamentar?

Não deixe de visitar a pediatra regularmente nesse período. Aqui vão umas dicas sobre questões comuns das mães durante o aleitamento:

  • seu leite está sim, sustentando o bebê! Ele não precisa de mais nada até os seis meses de vida;
  • quanto mais ele mamar, mais leite você produzirá
  • esvazie uma mama antes de passar para a outra. O leite que vem no final da mamada, mais rico em gordura, é fundamental para o bebê
  • o seu leite já vem na temperatura ideal!
  • chupetas podem interferir no aleitamento;
  • não esqueça de alimentar-se bem;
  • descanse entre as mamadas;
  • o estresse emocional pode influenciar na produção de leite;
  • não ofereça as mamas muito ingurgitadas. Isso dificulta a pega e possibilita o surgimento de fissuras nos seios.

Livre demanda

É a melhor escola para a amamentação. As mamadas não devem ter horários fixos nem duração definida. A amamentação em livre demanda permite que o bebê possa mamar sempre que tiver sentindo fome. Assim,o organismo da mãe produz o leite conforme a demanda dele. Alimentando-se conforme sua fome, a criança também fica prevenida de obesidade e problemas de digestão. Evita também o indesejado ingurgitamento mamário.

O principal: a livre demanda na amamentação constrói uma relação de proteção e segurança entre mãe e filho. Fortalece o envolvimento e o vínculo emocional, tão importantes no crescimento!

O aleitamento materno bem feito influencia para sempre na boa saúde da criança. Claro, filho não vem com manual. Então, não hesite em perguntar sobre todas as dúvidas que aparecem nesse importante momento da vida de vocês. Siga a minha página e fique de olho nas minhas dicas sobre saúde infantil e crescimento saudável!

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